Trago hoje na manga o tema homónimo da minha rubrica, o contraponto. Trata-se de uma técnica de composição muito complexa que envolve duas ou mais melodias independentes no seu perfil mas interdependentes em harmonia. Trata-se, por assim dizer, de duas músicas que soam harmoniosamente quando tocadas em simultâneo. Para desenvolver este tema, tenho para mostrar aquele que é considerado o maior mestre do contraponto de todos os tempos, Johann Sebastian Bach, e um duo de neo-classical metal, Cacophony.
"Prelúdio e Fuga N.º 17 em Lá Bemol Maior (BWV862)", Johann Sebastian Bach
Respeitado acima de tudo como organista, apesar dos seus dotes se extenderem a outros instrumentos, Bach é reconhecido como o principal compositor do período Barroco. A sua obra é vasta em composições para coro, orquestra e instrumentos a solo. O seu estilo assenta principalmente numa fluência extraordinária na técnica contrapontual. A peça que aqui mostro é composta por uma pequena introdução, o prelúdio, à qual se segue uma fuga, um tipo de composição contrapontual construída a partir de um tema principal, recorrente ao longo da peça. É de notar a harmonia entre as duas melodias e como cada uma é extremamente interessante individualmente.
"Speed Metal Symphony", Cacophony
Seguindo o tema do contraponto, saltamos do século XVIII para o ano de 1987 e para o lançamento do álbum "Speed Metal Symphony". Cacophony, grupo formado pelos guitarristas Marty Friedman e Jason Becker, alia a ferocidade do heavy metal a influências clássicas, entre as quais, de Paganini e Bach. A música do álbum epónimo é um exemplo de contraponto em que o destaque vai para o virtuosismo de Friedman e Becker em detrimento da interacção entre as duas melodias. Um trabalho notável.
E foi a minha rubrica sobre contraponto. Duas músicas que aparentam ser muito diferentes revelam as suas semelhanças ao nível da sua composição e da sua estrutura. Volto para a semana com mais música. Até à próxima.
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