sábado, 26 de fevereiro de 2011

Contraponto #7 - Inferno e Cenas do Género

Não é de todo inadequado dedicar uma rubrica inteira ao heavy metal. E como não é todos os anos que chegam às margens da Ocidental praia lusitana dois dos maiores monstros do heavy metal de todos os tempos, tenho a justificação perfeita para escrever sobre alguns dos músicos que mais respeito.

Enraizado no blues rock e no rock psicadélico, o heavy metal juntou, desde cedo, músicos com um gosto especial por quebrar barreiras e um ódio generalizado por cabeleireiros. Por alguma razão, nunca foi muito acarinhado pelo público em geral. Não sei, talvez a imagem de um homem de ferro a destruir a humanidade não fosse o acompanhamento ideal para o café da manhã, ou talvez o volume de um concerto de heavy metal fosse mais adequado para um motor de avião. O heavy metal é muito mais do que os estereótipos fazem transparecer. Desde músicas violentas e rapidíssimas, a baladas lentas e poderosas, temas que vão desde amor à agonia, desde a agressividade de Slayer às composições quase orquestrais de Dream Theater: há de tudo. Ao contrário do que muitos podem pensar, muitos artistas de heavy metal citam como influência compositores como Wagner, Bach e Vivaldi e têm formação em música clássica. Na minha opinião, este é um dos pontos positivos do heavy metal, pois resulta em composições mais complexas e tecnicamente evoluídas. Bom, já chega de conversa, vamos à música.


"The Trooper", Iron Maiden


A concentração de motards este ano em Faro vai ser qualquer coisa de memorável, isto porque vai contar com a presença de Steve Harris e companhia. Desde a sua formação em 1975, Iron Maiden revolucionou o mundo heavy metal e influenciou um leque larguíssimo de artistas. Os ritmos galopantes do baixo de Steve Harris, as harmonias entre os guitarristas Dave Murray e Adrian Smith (e agora também Janick Gers), a loucura generalizada de Nicko McBrain atrás dos pratos e do bombo, a voz monumental de Bruce Dickinson e a mascote de serviço, Eddie, têm levado multidões inteiras ao rubro. Mesmo hoje, ainda são capazes de mostrar a malta vinte anos mais nova como é que se dá espectáculo. E agora, para mostrar de que é que estes senhores são feitos, um dos maiores hinos de sempre do heavy metal, "THE TROOPER"!!!


"Beyond the Realms of Death", Judas Priest
Quando uma banda é apelidada de Metal Gods, está praticamente tudo dito. Estes senhores foram pioneiros! Judas Priest redefiniu o heavy metç, não só pelo seu som consideravelmente mais pesado que o das restantes bandas da altura, como pela sua noção de moda: inventaram a imagem do motard hardcore carregado de cabedal e ar de poucos amigos. Sem nunca trair a sua identidade musical, a banda expressou a sua criatividade de muitas maneiras e feitios. Desde músicas mais comerciais como "You've Got Another Thing Coming", a épicos como "Victim of Changes", a verdadeiros hinos da estrada como "Freewheel Burning", a voz quase operática de Rob Halford e os duetos contrastantes mas perfeitamente sintonizados de Glenn Tipton e K. K. Downing levaram a banda ao estrelato. Para acabar em beleza, uma balada do outro mundo: "Beyond the Realms of Death".



Boa música e até para a semana!

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