quarta-feira, 9 de março de 2011

Contraponto #8 - Vénia para os Cantores

Hoje vamos fazer uma viagem pelas ruas da ópera. Infelizmente, com a subida do preço dos combustíveis, só podemos fazer um paragem. Por isso, vou falar-vos um pouco sobre árias (lembram-se do "Nessun Dorma"?).

O termo significa "ar" em italiano. Inicialmente, descrevia uma melodia expressiva geralmente interpretada por um cantor. Na actualidade, a expressão é utilizada quase exclusivamente para descrever uma peça independente dentro de uma obra maior, peça essa composta para uma voz acompanhada orquestralmente.

Começando com melodias simples que evoluíram para formas estruturadas (como por exemplo encontramos nas estrofes de um poema), as árias tornaram-se muito populares na ópera. Independentemente das várias subespécies temáticas ou da sua classificação de acordo com o registo vocal pretendido (soprano, mezzo-soprano, contralto, etc.), as árias representam momentos onde os cantores podem brilhar a solo. Dito isto, ponham os óculos de sol.

"Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen", Edda Moser

"A vingança do Inferno ferve no meu coração" (poupando o alemão) é uma das mais famosas e exigentes árias de sempre. A peça é a segunda ária interpretada pela Rainha da Noite (tipo de voz soprano) na ópera "A Flauta Mágica", de Wolfgang Amadeus Mozart. Retrata a sede de vingança da Rainha da Noite, que a leva a amaldiçoar a sua própria filha Pamina caso ela não assassinasse Sarastro, o seu rival. Pelo próprio peso dramático da situação e complexidade musical da melodia, é extremamente desafiante mesmo para uma voz bem treinada. Algo que Edda Moser faz parecer tão fácil como falar.



"Chanson du Toréador (Votre toast, je peux vous le rendre)"

Numa onda completamente diferente, temos agora uma ária para baixo-barítono da opéra "Carmen", de Georges Bizet. A história passa-se em Sevilha, em 1820 e segue as pisadas de Carmen, uma bela e fogosa cigana que morre tragicamente por desavenças amorosas. Esta ária é interpretada pelo seu amante Escamillo, o "matador", e descreve o ambiente na arena, a multidão fervilhante e a fama que chega com a vitória. E na pele de Escamillo, Dmitri Hvorostosvky.

Com isto me despeço. Boa música e até à próxima!

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